sábado, 2 de abril de 2011

Noticias de Prensa Latina - Japão: confirmam escape de água contaminada para o mar



Tóquio, 2 abr (Prensa Latina) Autoridades japonesas confirmaram hoje um escape de água com altos níveis de radiação do reator 2 da central nuclear 1 de Fukushima para o mar, situação que incrementa os temores sobre uma maior contaminação ambiental.


A água filtra-se através de uma greta de 20 centímetros detectada em um poço onde se armazenam cabos elétricos, segundo explicou a Agência de Segurança Nuclear.


Hidehiko Nishiyama, porta-voz da entidade, assinalou a urgência de que a empresa Tóquio Electric Power Co, operadora da planta, inicie os trabalhos para resolver esse problema o mais cedo o possível, em tanto se comprovará se igual situação se apresenta em outras unidades.


Desde faz dias observa-se um aumento da radioatividade em zonas marinhas próximas à Fuklushima-1, palco da pior crise nuclear em Japão desde 1945.


O complexo energético resultou seriamente danificado pelo terremoto e o tsunami do passado dia 11, com conseqüências que preocupam para além das fronteiras deste arquipélago, incluído o impacto da contaminação em os produtos da indústria pesqueira.


Na central trabalha-se para tratar de controlar o superaquecimento nos reatores, para o qual verteram-se enormes volumes de água, agora contaminada pelos referidos escapes.


Sua extração urge para reduzir o risco de que os trabalhadores se exponham à radiação e assim facilitar os labores com vistas a restaurar os sistemas de resfriamento, passo crucial para aliviar a crise.


A quantidade de água detectada na central aproxima-se às 13 mil toneladas.


Nesta jornada, o primeiro-ministro Naoto Kan visitou uma base de operações na cidade de Fukushima para estimular aos efetivos das Forças de Defesa e demais pessoal enfrentado a esta tragédia.


Com igual fim pouco antes esteve em um centro de evacuação em Rikuzentakata, em Iwate, onde conheceu melhor a dura realidade dos ali alojados.


Um deles, o pescador Kazuo Sato, recordou que ainda há instalações desse tipo sem eletricidade nem água, por isso algumas pessoas nem sequer puderam começar a buscar os cadáveres de seres queridos.


Tal situação explica seu chamado ao chefe de governo para que preste atenção a esses problemas, de acordo com informações de imprensa.


Rikuzentakata é só uma página da curta história do Japão arrasado pelo terremoto e tsunami. Nessa localidade de 23 mil habitantes recuperaram-se mais de mil cadáveres entre os escombros e as águas, enquanto os desaparecidos superam os 1.200.


Também hoje continuou uma busca reforçada de vítimas do terremoto de 9.0 graus na escala de Richter e o subseqüente maremoto, na qual participa o pessoal das Forças de Defesa, a guarda costeira, a Polícia e bombeiros.


Segundo precisou-se, nesta segunda jornada encontraram-se 18 cadáveres, enquanto ontem somaram 32. Estes novos esforços concluirão manhã.


Um relatório até as 16h (hora local) deste sábado fixou em 11.828 o total de falecidos pelos mencionados desastres em 12 cidades, enquanto 15.540 pessoas estão desaparecidas em seis.


asg/lam/cc    

SP: Área de estádio para Copa de 2014 está contaminada com metais pesados e solvente


Relatório da Cetesb aponta existência de metais pesados e solventes no terreno onde se cogita construir o Estádio Piritubão
O terreno de Pirituba onde se cogita construir o estádio de abertura da Copa de 2014, na zona norte de São Paulo, está contaminado por metais pesados e passa por um processo de “recuperação ambiental”. É o que informa o último relatório da Companhia de Tecnologia Ambiental (Cetesb), divulgado em novembro de 2009, com a relação das áreas contaminadas no Estado.
Para ambientalistas que tiveram acesso ao relatório, a descontaminação da área vai levar ao menos três anos, o que pode inviabilizar o projeto da nova arena e atrasar a construção do novo centro de convenções planejado pela Prefeitura. Qualquer escavação na área, declarada de utilidade pública pela Prefeitura em 2009, está proibida pelo governo do Estado. O processo de “remediação” já teve início, conforme o relatório. Reportagem de Diego Zanchetta, de O Estado de S.Paulo.

A contaminação por metais também atinge o lençol freático que atravessa parte do terreno, que tinha como vizinhos, até o fim dos anos 1960, sedes de indústrias metalúrgicas e galpões de fabricantes de óleos graxos. O documento ainda diz que há a presença de solventes halogenados, como clorofórmio, no solo e no subsolo. A “fonte” de contaminação foi o descarte irregular de resíduos. Desde 2004, quando a Cetesb passou a divulgar a lista de áreas contaminadas na internet, o terreno em Pirituba é considerado um passivo ambiental paulistano.
Mas a contaminação chegou ao conhecimento de ambientalistas do Movimento em Defesa do Pico do Jaraguá só no mês passado. A entidade promete elaborar até o fim do mês uma ação civil contra a construção do estádio em Pirituba. “Os estádios na Copa de 2006 e 2010 tiveram forte conotação ambiental. Não podemos ter um justamente em área contaminada. Exigimos a descontaminação da área já. E sabemos que isso é um processo lento e criterioso”, afirmou Edson Domingues, coordenador da entidade.
Procurado, o governo municipal diz nunca ter cogitado a construção de um estádio no local. Mas, segundo a assessoria, a contaminação está restrita a um perímetro de 2 mil a 3 mil metros e não inviabilizaria o centro de convenções. Apesar das negativas sobre o estádio, foi o próprio Kassab quem falou sobre Pirituba ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
A Cetesb informou que somente hoje conseguiria fornecer mais detalhes do passivo na região, como o perímetro da área contaminada dentro do terreno, que pertence à Anastácio Empreendimentos, uma das empresas da Companhia City de Desenvolvimento. A área tem 4,9 milhões de metros quadrados, o equivalente a três parques do Ibirapuera.
Monitoramento. Segundo a Companhia City, a área contaminada é monitorada ano a ano. A contaminação viria desde a década de 1960, por causa da areia usada em fundição de motor que era jogada no terreno por empresas da região. Ainda assim, a City afirma que não é toda a sua área em Pirituba que está contaminada – o projeto que a empresa apresentou para a região, de um grande condomínio de casas, não estaria em área contaminada, de acordo com a assessoria.
Limpeza. Responsável por escolher a área que foi declarada de utilidade pública para a construção de um centro de convenções, o secretário de Controle Urbano de São Paulo, Orlando Almeida, informou que é possível fazer a descontaminação do terreno em um ano. “Não havia indústrias dentro da área. O que ocorria era a queima de pneus velhos e isso nunca atingiu nem 1% de todo o terreno”, argumentou.
Almeida diz conhecer o passivo ambiental do local desde 2003, quando era perito do mercado imobiliário. “Em um caso como esses, você precisa remover toda a terra, numa altura de até 4 metros. Aí o problema pode ser resolvido. Dependendo do orçamento, dá para resolver a contaminação em um ano”, afirmou. Almeida disse que o lençol freático só está contaminado, segundo a Cetesb, por causa da terra por cima.
(Com Rodrigo Brancatelli)